Os telefones móveis permitiram com que as pessoas monitorem a sua própria saúde de forma eficaz, isso tem se multiplicado com o uso de relógios e pulseiras inteligentes, essas possibilidades passarão por uma grande revolução quando os pacientes tiverem acesso aos seus próprios dados médicos com habilidade de facilmente compartilhar informações com quem confia.
Isso possibilitará a redução de ineficiências nos tratamentos e também proverá dados para ajudar no treinamento de profissionais de saúde, contribuindo na melhoria dos cuidados em saúde dos indivíduos, bem como de todas as pessoas do mundo, já pensou?
A melhoria no diagnóstico seria uma das evidências da relevância da monitoria pessoal em saúde, o fluxo das informações é benéfico de diversas formas, alguém preocupado com os batimentos cardíacos pode hoje monitorá-los facilmente com um dispositivo relativamente barato (pulseira inteligente) e detectar sozinho arritmias. Pesquisas estão em andamento para ver se o suor pode ser analisado para buscar por biomarcadores moleculares sem a necessidade de um exame de sangue. Alguns pesquisadores acham que mudanças na rapidez com que uma pessoa mexe em um telefone touchscreen podem sinalizar o aparecimento de problemas cognitivos.
O gerenciamento de doenças complexas como Diabetes também se beneficiaria com a mudança na maneira como os pacientes lidam com a doença, monitorando níveis de glicose no sangue e controlando a ingestão de alimentos, reduzindo a longo prazo danos como cegueira, gangrena e perda de membros.
A Inteligência Artificial (IA) já está sendo “treinada” por uma unidade do Alphabet, empresa mãe do Google, para identificar tecidos cancerígenos e danos na retina. Com o fluxo de dados de pacientes de smartphones e “wearables” disponíveis, eles ensinarão a IA a fazer cada vez mais. Inteligências futuras poderiam, por exemplo, fornecer diagnóstico médico automatizado a partir de uma descrição de seus sintomas, traços comportamentais pontuais que sugerem depressão, e até mesmo características que aumentam o risco de doenças cardíacas.
Este setor poderia “alcançar 6,6 bilhões de dólares em 2021, em comparação com 634 milhões em 2014”, estima a empresa Frost & Sullivan, apontando que, ao ajudar a diagnosticar e detectar doenças precocemente, a inteligência artificial (IA) permitirá reduzir os gastos em saúde.
Isto se deve, principalmente, aos smartphones e objetos conectados que o mercado está desenvolvendo.
A inteligência artificial também pode ajudar a prevenir doenças, analisando minuciosamente os relatórios médicos ou os resultados de exames, explica Narges Razavian, professora da Universidade de Nova York, que realizou um estudo sobre a análise preditiva de mais de 100 doenças.
“Nosso trabalho consiste em (…) tentar prever (as doenças) que poderiam se manifestar nos próximos seis meses, de forma a poder agir” a tempo, explica a cientista.
A equipe criou algoritmos que permitem detectar com precisão diferentes doenças, em particular a diabetes tipo 2 e as insuficiências cardíacas.
A agregação de dados também tornará mais fácil para que o usuário encontre outras pessoas com a mesma doença e comparar como elas responderam a vários tipos de tratamentos.
Há riscos em se ter essas informações abertas?
Com toda certeza há, mas os benefícios superam os riscos?
Os sinais são de que sim.
Muitos países estão abrindo seus registros médicos para a população, mas poucos foram tão longe como a Suécia que pretende dar a todos os seus cidadãos acesso eletrônico aos seus prontuários em três anos (2020); mais de um terço dos suecos já configuraram suas contas nesse serviço.
Estudos mostram que pacientes com tal acesso têm melhor compreensão das suas doenças, e que os tratamentos são mais bem sucedidos. Testes nos EUA e no Canadá produziram não apenas pacientes mais felizes, mas que geraram custos mais baixos, já que as solicitações médicas demandadas foram menores.
Isso tudo não deveria ser uma surpresa. Ninguém deve ter um interesse maior em sua saúde do que o próprio usuário.
Em resumo: a tecnologia trará inovações boas para os pacientes, que facilitarão o trabalho dos médicos, o acesso a saúde, o entendimento do patient flow e movimentarão o mercado da indústria farmacêutica.
Fontes: AFP / Economist