A Apple divulgou os primeiros resultados do seu primeiro estudo médico, feito em conjunto com a Universidade de Stanford que analisou dados de 400 mil usuários do Apple Watch durante oito meses para verificar quem possui fibrilação atrial, uma condição que pode conduzir a um Acidente Vascular Cerebral. O estudo foi publicado pelo New England Journal of Medicine.
O estudo também publicado pela Apple Inc’s Heart, foi o maior a explorar o papel dos dispositivos portáteis na identificação de possíveis problemas no coração, descobriu-se que o smartwatch pode detectar com precisão a fibrilação atrial, o tipo mais comum de batimento cardíaco irregular e que pode resultar em derrames. O anúncio foi feito por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford.
Durante o estudo, apenas 0,5% dos participantes receberam um aviso de pulso irregular, uma descoberta que reduz as preocupações dos pesquisadores de que o dispositivo poderia notificar erroneamente uma pessoa saudável caso obtivesse uma leitura errada do batimento. Aqueles sinalizadas por pulso irregular receberam um adesivo de eletrocardiograma para usar e, desses, 34% tiveram comprovada a condição de fibrilação atrial.
De acordo com o Dr. Mintu Turakhia, cardiologista de Stanford e co-autor do estudo, o objetivo era avaliar o quão bom e seguro o algoritmo é. “Se levar isso ao mundo, quantas pessoas serão notificadas e o que isso significa para os pacientes, o sistema de saúde e os contribuintes?”, indagou Turakhia, que classifica o teste como um sucesso.
O estudo divide opiniões. Dr. Daniel Cantillon, cardiologista da Cleveland Clinic (que não participou do estudo), fez ponderações sobre a pesquisa; ao passo que considera a tecnologia promissora, pontua que mais da metade das pessoas que se inscreveram tinham menos de 40 anos e representavam um grupo com baixo risco de fibrilação atrial. “A principal preocupação é identificar os doentes ou assustar os saudáveis?”, questionou.
Atualmente, existe um movimento de aproximação entre empresas de tecnologia e fabricantes de medicamentos.
Alphabet, Apple e Facebook tem movido esforços nessa direção
No início deste mês, a Alphabet Inc., empresa dona do Google, pagou R$ 8 bilhões pela FitBit. A transação ocorreu um mês depois da empresa comprada formar uma aliança com as farmacêuticas americanas Bristol-Myers Squibb e Pfizer Inc., com o intuito de desenvolver sua própria tecnologia para o reconhecimento de fibrilação atrial.
O Facebook também entrou no jogo e criou um recurso nos Estados Unidos para “lembrar o paciente de ir ao médico”, sugerindo exames de rotina baseado em dados pessoais como gênero, idade e histórico médico. A entrada das gigantes da tecnologia neste mercado pode promover inúmeras melhorias para o setor, mas também abre possibilidade para a coleta intensa de dados sobre a saúde dos indivíduos e inevitáveis vazamentos.
Todos os detalhes sobre o estudo estão disponíveis em: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1901183?query=TOC
Quer se aprodunfar mais? Assista ao vídeo abaixo (em Inglês):
Com informações de: Tecnoblog, Olhar Digital, Engadget, Interfaces Newsletter e The New England Journal Of Medicine